A Garganta da Serpente

Victor Eremitus

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SONETO [Às seis horas da noite rezava...]

Às seis horas da noite rezava,
e um sussurro oriundo do Inferno,
um zumbido em que nada era terno,
minha paz funeral arrancava.

Levantei-me do chão duro e frio,
- minha nuca queimava, gemi -
e busquei no meu quarto o sombrio
ser, que vindo do Inferno não vi.

Seu funesto estertor de doente
encerrou com meu grito estridente
quando vi seu semblante medonho.

A cabeça deitada de lado,
corpo frouxo, languente, pisado...
Satanás vi prostrado e tristonho!

(29.02.05)


(Victor Eremitus)


voltar última atualização: 22/03/2005
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