A Garganta da Serpente

Vilson Melo Corrêa

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O CÉU E OS VAGALUMES

Distantes os tempos de ar puro,
O cheiro da ressaca a se entranhar na pele
E o gosto de sal na ponta dos dedos.
Era tão bom viver com o barulho do mar;
Em cada concha, cada caracol, um oceano cheio de mistérios e surpresa s.
Os pés descalços a esmagar a areia, deixando um rastro sem rumo e disforme,
Como se fosse uma grande serpente.
Ah! O perfume dos pinheiros, os vagalumes esmagados entre os dedos
Deixando filetes luminosos como se o céu estivesse na palma da mão.
As acácias com suas longas raízes a abraçar a terra,
Coisa que não fiz.
Era ficar ou morrer; partir ou viver...
Parti.
Com o sol a escorrer entre os dedos,
Com a morte sorrindo no amanhecer.


(Vilson Melo Corrêa)


voltar última atualização: 10/03/2010
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