CANÇÃO DA SAUDADE E SOLIDÃO
Ave de pedra,pesada, vôo triste
A clamar por liberdade, ventania
E a solidão a rasgar entranhas
Queda-se quieta num canto a observar.
Sou eu a ave, presa nos meandros
Dos pensamentos tão libertos
E nada muda.
O tempo parou faz muito tempo.
E quem sou eu a chorar minhas saudades ?
Saudade é um punhal que não perdoa,
Saudade é um cristal que não reluz,
Saudade é esta ave que não voa,
Saudade é esta dor que me conduz.
Não adianta debater-se, ave triste.
Aguarde o tempo escoar-se sem chorar
Não há remédio p'ra saudade, imediato
A não ser ter paciência e esperar.
Aguarde o sol nascer e um novo dia
Há de descortinar-se, tão radiante
Dentro dessa prisão que te encerra.
Vai brilhar a luz da liberdade
E teu coração baterá com tal vontade
Que expulsará essa saudade que te aterra.
(Vilson Melo Corrêa)
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