A Sentença
Insinuando-se na chuva que encerra o dia,
À luz que brilha ao cair da noite,
Vinha um cão, carente de saúde e dote
Exibindo a satisfação de quem preza a vida
Qual ser maldito, pensei, que sem verniz,
Após sofrer uma vida de expiação,
Caminha´ssim, assaz, na escuridão
Ousando a aparência de quem é feliz?
Mas a sorte do cão já estava traçada
E o moribundo ser, ao deixar a calçada
Abandonou a vida na roda de um caminhão
Quão perfeita é a lei e o seu movimento
Que à morte oferece, sem constrangimento,
Quem propõe que felícia não é mera ilusão
(Vitor Zaire)
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