A Garganta da Serpente

Vitor Zaire

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A Sentença

Insinuando-se na chuva que encerra o dia,
À luz que brilha ao cair da noite,
Vinha um cão, carente de saúde e dote
Exibindo a satisfação de quem preza a vida

Qual ser maldito, pensei, que sem verniz,
Após sofrer uma vida de expiação,
Caminha´ssim, assaz, na escuridão
Ousando a aparência de quem é feliz?

Mas a sorte do cão já estava traçada
E o moribundo ser, ao deixar a calçada
Abandonou a vida na roda de um caminhão

Quão perfeita é a lei e o seu movimento
Que à morte oferece, sem constrangimento,
Quem propõe que felícia não é mera ilusão


(Vitor Zaire)


voltar última atualização: 04/10/2005
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