A Garganta da Serpente

Wagner Chaves

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Das Coisas da Gente

Gosto de você porque é desse jeito.
Um dia desses vou à New York encontrar Bob Dylan.
As coisas não iam bem lá em casa.
O verão não deixava de acontecer,
Quando a chuva caía era demais pro rio.
Talvez a encontre em breve, quem sabe?
O chá me espera e já são quase cinco.
Se você souber das coisas diga-me.
Por que ela não deu atenção?
Estava tão perto que a pele ardeu demais.
Não acontecia havia tempo,
Nem escolhemos das sensações intempestivas.
As coisas são assim vêm e vão,
Parecem eternas e quando se busca
Já passaram, e não foram desde quando?
Não havia casa, tornou-se
Inquietação e transtornos do status quo,
Passou-se a terreno, construção,
Casa no chão, solidão,
Agora dá pra respirar e dormir,
Ver Ni sorrir e Zo desfilar descalça.
O tempo passou sem lembranças devidas,
Os martírios são inúteis, assim como
A felicidade não existe,
O que há são palavras,
Sons e imagens fúteis.
Nada como se nada houvesse,
Tudo seria diferente no olhar,
Eu estaria com você mesmo sem me notar.
O coração mostra-se vivo,
Passei a notá-lo há pouco tempo,
Antes era torturado.
Vamos deixar dessas coisas
Pra outro dia, hoje estou aqui
Querendo fazer alguma dessas
Que a língua inglesa vai me
Desbloqueando as frustrações traiçoeiras
Inquebrantáveis porque
Marca na retina e no intestino.
É isso que se pode dizer
Num chá com biscoitos doces...


(Wagner Chaves)


voltar última atualização: 26/10/2009
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