Dina Barboza
Debateu-se como uma leoa ferida
A morte não a arrebataria tão fácil como armara
Fosse ela Aquiles ou Vênus
Exu ou Iemanjá
Os deuses não a carregariam no primeiro ataque
Precisou de tempo muito tempo
O poeta precisou das mãos e dos sentimentos do mundo
Dina apenas dos sentimentos do mundo
Semeou por onde passou
E não cobrou dos miseráveis que salvou
Não vendia conselhos dava a mão
Que mistérios carregava? Ó deuses infiéis!
A Afrodite destes os encantos das musas!
A Palas Atena a sabedoria dos pensadores!
A Dina destes apenas a alegria de viver
A delicadeza da postura
A firmeza de caráter
A culinária das baianas
Para enfrentar as intrigas dos ignorantes!
O destino armou das suas tramas freqüentes
Mas atravessou as encruzilhadas
Amealhou as cicatrizes para agora despejá-las aos pés de Zeus
ou de Deus ou de Tupã ou de Ogum serão presenteados
Atravessou o Brasil e conquistou o Brasil
Dona Dora a reconheceu à primeira vista
Era filha de Dona Lídia
Havia uma aura presente
Cuidou de Zoraide e embalou no berço Niara
Não seria tola de ir ocupar seu lugar no Céu assim...
(Prá você Dina! São Paulo/Vila Velha, 24
de setembro de 2008)
(Wagner Chaves)
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