O SENTIDO DE TUDO
Ergue a fronte em busca do caos,
encontra lampejos místicos,
contradições científicas,
queixas religiosas,
sinas devassas.
Canta uma língua vibrante:
rituais em círculos atômicos,
molejos imprudentes insinuantes,
suores de gosto amargo,
corpos em galopes insanos.
Sangra a palavra certa:
discursos positivistas,
exatidões matemáticas,
promessas políticas,
diálogos novelistas.
Ama a beleza desconhecida:
pessoas elas mesmas acessíveis,
mulheres vulneráveis às cores,
corpos que se flertam sóbrios,
toques que encantam flores.
Diz o sentido de tudo!
Exclama o coração em brasa,
inverte a vida presente,
traga o oxigênio do gás,
faz do ouro só brinco e jaz.
(Wagner Chaves)
|