A Garganta da Serpente

William A. Rodrigues

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Temporal

O céu cinzento escurece mais e mais
E de súbito e sem aviso principia a chuva
A tocar a sua sinfonia que a todos apraz,
- E já acende uma vela a vizinha viúva...

Está anoitecendo e no céu um clarão!
A rua se enche dos sussurros d'água,
E vovô avisa: - Lá vem mais um trovão!
Esse pé-d'água cedo não dará trégua. -

Minha irmã se esconde sob a cama,
E põe sobre si um grosso cobertor.
Mal vê um clarão e por nossa mãe clama,
Que fala, com doce voz: - Calma, meu amor.

De repente tudo se acalma
E se esvai a água pelo bueiro da rua.
Os pingos pingam da folha da palma
E a poça se apossa do brilho da lua.

(21/11/2009)


(William A. Rodrigues)


voltar última atualização: 17/06/2010
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