dialética
eu, não sou o que sou
sou alguém longe do que sou
eu tenho esperanças
e lembranças do que não tive
tenho a tristeza a acompanhar-me
a todo canto, como uma sombra
de minha alma triste e vazia
mais sou o que sou
porque sou o passado de infância
vazia e de trabalho, escravo do capital
o sal diário de minha vida é a própria vida
eu não sou eu, sou a sombra
de um capital bruto
de uma vida jogada num canto
sempre a espera de um mundo melhor
sou a vida , de mais valia
sou apenas um ser viajante
ou um errante
a procurar minha vida
em outra vida
material ou transforma-me em dialética
e de fato transforma em matéria sólida
então devo revolucionar-me
e revolucionar o meio em que vivo
para ser um ser
e ser eu de fato
humano em todos os sentidos
um novo ser , em uma nova era
viver um ser em comum
um ser comum
e compartilhar em comunhão
com todos os seres
(Wilson Tupac)
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