A Garganta da Serpente

Zilomar

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ME MORO EM TI

Saudade, teu nome é mulher!
Musa, afeto, desdita.
Aquela que passa
Que jura que fica
Tristeza que cresce
Angústia maldita.

Tulipa de chopp
Respingos de mar
Coração de vidro
Estilhaços no ar

Saudade, teu nome é paixão!
Vício, vontade, costume.
Aquela que rasga
Que traga
Sucumbe
Labaredas no peito
No corpo o ciúme.

Saudade, teu nome eu não sei!
Bem sei que me moras,
Resides,
Me agrides.
Me tomas em posse
Destorce de mim
O sentido mais simples,
A palavra mais pura
A presença constante
Do ausente
Latente.


(Zilomar)


voltar última atualização: 04/04/2006
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