Essa é uma das maiores verdades que enfrentamos na vida, ou seja, que
nada detém a macha do tempo, pois os anos vão passando, e com
ele a vida vai correndo, e assim, enquanto a juventude vai ficando para trás,
vamos acumulando experiência, formando um cabedal de conhecimentos que
poderá os ser muito útil, desde que saibamos analisar as experiências
vividas, sabendo separar o que fizemos de certo ou de errado.
Algo que desde criança sempre ouvi os mais velhos falarem: "Gostaria
de voltar aos meus 20 anos, mas com a experiência de vida que tenho hoje..."
Sem dúvida alguma, juntar-se ao vigor da juventude, a experiência
que vida traz em sua vivência, seria o ideal, e assim, é pena ser
essa uma conjunção impossível.
Precisamos ir aprendendo com os erros cometidos. Assim formaremos nossa bagagem
de experiência, que poderá nos permitir ter algo a passar para
os jovens, e utilizar durante nossa idosidade.
A experiência de vida nos traz uma grande vantagem. Se soubermos olhar
para trás, percebendo quais foram os erros cometidos, não mais
os repetiremos, desde que saibamos analisá-los, mas por vezes reincide-se
no mesmo erro. Fazer o que, se nem sempre aproveitamos as lições
que a vida nos dá.
Se soubermos transmitir essa experiência aos jovens que se disponham a
aceitá-la, poderemos aplainar um pouco seu caminho, passando-lhes nossa
experiência, o que nem sempre os jovens querem aceitar, preferindo errar
por conta própria, ou aceitar...
Não podemos, e nem devemos evitar que eles errem, o que podemos é
simplesmente tentar indicar-lhes um caminho. Mostrar as opções
que eles vão encontrar pela frente, a fim de que eles decidam o que é
melhor para eles.
Como nós tivemos a oportunidade de usar nosso livre arbítrio,
claro que eles tem o direito de fazê-lo, e de cometer seus próprios
erros, forjar sua própria existência.
Se eles se limitarem a ouvir a "voz da experiência", sem usar
seu discernimento, serão criaturas amorfas, incapazes de conduzir o próprio
destino.
Não podemos "viver a vida por eles". Devemos deixá-los
viver. Mostrar o que existe, procurando amenizar as dificuldades, é uma
coisa. Principalmente, devemos deixar que eles pensem e cheguem às suas
próprias conclusões. Eles saberão que estamos prontos a
ajudá-los sempre que eles precisarem e peçam um socorro.
Encontrei um pensamento muito bacana feito por um garoto, que como eu, amava
os Beattles e os Rolling Stones, mas não pegou em nenhuma metralhadora.
Sua arma era o cérebro e uma caneta. Chamava-se Victor Hugo e, entre
muitas outras jóias, legou-nos esta:
"O fogo vê-se nos olhos dos moços, mas nos olhos dos velhos
vê-se a luz".
Vejam, o grande sentido que ele colocou na frase: nos olhos dos velhos vê-se
a luz. Luz que pode permitir que os experientes iluminem o caminho para os mais
jovens.
Luz que pode permitir que os pais mostrem mais claramente o caminho para os
filhos, mas não que determine o caminho a ser seguido. Iluminar para
que eles escolham melhor.
Luz que sabiamente usada permitirá que os mais jovens errem menos. Mas
devem errar, sim. Se nós errando, chegamos até aqui, porque tirar-lhes
esse direito?
Pois se quisermos fazer o caminho em seu lugar, se quisermos determinar o caminho
que eles devem seguir, apagaremos "o fogo de seus olhos". Esse fogo
tão necessário para que eles lutem, procurem vencer e atinjam
seus objetivos.
Aceitem as decisões dos jovens, mas com discernimento. Vendo que eles
estão errados, o mais certo é apontar-lhes o erro e até
mesmo ensiná-los a corrigir esse erro, se esta for sua vontade.
Bem, como sou muito jovem ainda, se estiver errado, corrijam-me. Mas permitam-me
o direito de errar. Ainda tenho muito tempo para aprender... E certo ou errado,
desejo ter UM LINDO DIA, desejo que estendo a todos os que me leem, e aos que
não leem também...Afinal, todos tem o direito de errar...