A Garganta da Serpente

Manoel Guedes de Almeida

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Psicológica

O que seria de mim, Senhor,
se fosse eu sem ilusão?...
se se fecho os olhos posso
sentir uma mão
na minha mão,
meu Deus,
se é assim
o que não posso?

D'Alva estrela
matutina
D'alma límpida,
Vésper feminina.
Vespesiana Alma refletida,
Vid'Ávila minha,
Sempre minha e sempre Sempre,
E sempre bela...

e se fecho os olhos
chove Mundo
o mundo inteiro chove...
o que seria de mim
se não houvesse chuva?
e se não houvesse
Mundo?

ainda bem
que somo-nos,
que somo-nos
Mundo

seco o pneu do carro
em segredo
e o grada-chuva vermelho
Protege-nos
das lágrimas
e da dor
do que é passado

mas, doido,
tudo esqueço
e contigo deito
na Av. Santos Dumont
às oito e quarenta e cinco
e deixo que a chuva dilua
tudo que não é concreto
que não é eterno
tudo que não é Amor

sente agora a chuva que toca-me?
Sente-se?

(Floriano-PI, 04 de dezembro de 2007)


(Manoel Guedes de Almeida)


voltar última atualização: 01/09/2009
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