A Garganta da Serpente

Rosy Feros

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

ANJO

Calem-se as paredes e os muros!
Minha cadeira está vazia.

Rondo pelo quarto
e medito dramas,
colho rosas,
planto trigo.
O pão da noite é meu ofício,
e o orvalho é meu vinho.

Nas frestas de luz
escondem-se sombras.
Roupas são vestidas;
corpos, escondidos.

Minhas mãos acalentam a noite
e o sangue das madrugadas.
Sou minha própria máquina de escrever:
penso, digito, ajo
como se fosse anjo
em débito com o papel que escreve.


(Rosy Feros)


voltar última atualização: 01/12/1999
5604 visitas desde 01/07/2005

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente