Ele tem poder que assusta. O respeito é tão grande que ninguém
tem coragem de danificá-lo. Quando o deixamos é menos do que necessitamos.
Seu poder é dilatável em todas as ocasiões. Vive guardado
em algum lugar que só nós temos acesso. Não passamos de
seus idólatras. Curvamos ante seu brilho. Submissos somos diante de seu
pequeno corpo frágil. Um corpo retangular ou circular que viaja mais
que qualquer um de nós. Vive em túneis omissos. Tem poder de tudo
conquistar. Muitas vezes conquista amores falsos. Conquistas acordos nefastos.
Outras vezes adquire feições filantrópicas para disfarçar
nossa ambição desenfreada. Seu poder ignora justiça, ignora
honestidade, lealdade. É mais respeitado que os deuses de cada um de
nós. Assusta seu poder de atravessar continentes, manipulando pessoas
e países. Seu pode assusta, mais ainda, quando pensamos nele, isoladamente,
como um mero objeto construído pelo homem. Todos os dias seu poder cresce
e se torna abusivo, ignora leis, obstáculos. Qualquer ação
justifica os meios para tê-lo do nosso lado.
Nada mais há que possa removê-lo, demovê-lo, expungí-lo,
anulá-lo de vez. Ao contrário sua existência tende a ganhar
patamares bem mais elevados. Seu passe livre o faz percorrer todos os continentes.
Não se sabe até onde seu poder destruidor poderá corromper
os valores humanos, a paz, a fraternidade. Vivemos num mundo de competitividade
em que esse sempre poderoso senhor dirime nossos caminhos inseguros.