Sempre que partia à caça de patos, o nobre falcão ficava
furioso. Os patos quase sempre conseguiam fazê-lo de tolo, mergulhando
sob a água na última hora e permanecendo submersos por mais tempo
do que ele podia pairar no ar à espera.
Certa manhã, o falcão resolveu tentar novamente. Depois de rodar
em círculos durante algum tempo, para analisar a situação
e escolher atentamente o pato que pretendia apanhar, a nobre ave de rapina atacou-o
com a velocidade de um raio. Mas o pato foi mais rápido e mergulhou a
cabeça.
- Desta vez eu vou atrás de você - gritou o falcão enfurecido.
E mergulhou também.
O pato, vendo o falcão debaixo d'água, tomou um impulso com o
rabo, subiu a superfície, abriu as asas e começou a voar. As penas
do falcão estavam encharcadas e ele não conseguiu voar.
Os patos sobrevoaram-no dizendo:
- Adeus, falcão! Nós podemos voar no seu céu, mas na nossa
água você afunda!
(fonte: Leonardo da Vinci. "Fábulas e Lendas", interpretadas e
transcritas por Bruno Nardini. São Paulo: Círculo do Livro S.A.,
1972)
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