Os personagens de humor na televisão brasileira são, em sua maioria,
compostos por baixaria e preconceitos relacionados ao homossexualismo, obesidade,
velhice, origens étnicas, cor, credo, aparência, comportamento,
entre outros.
Apesar da aparência inocente de grande parte dos programas humorísticos,
normalmente, são eles que apontam aos telespectadores um padrão
do bom e do ruim altamente preconceituoso, fazendo com que quem não,
se encaixa em tal padrão seja desconsiderado pela sociedade e acabe se
tornando um alvo. O pior é que até mesmo essas pessoas "despadronizadas"
- segundo a mídia - vão, inconscientemente, se influenciando por
piadinhas de mau gosto, repetidas milhões de vezes, sem se dar conta
da auto-ridicularização que estão cometendo.
É muito óbvio que este humor preconceituoso, que invade nossas
telas quase todos os dias, esteja dando muito certo pois o encontramos desde
em programas infantis até em alguns que têm como objetivo passar
informações de um modo espontâneo e com facilidade de compreensão.
Sem contar que o número de programas com conteúdo de baixo nível
tem sido de notável crescimento, subestimando o telespectador.
A falta de entendimento e aceitação fácil das pessoas por
qualquer coisa que se apresente na TV - talvez por falta de opção
- chega a ser entediante.
Rir das pessoas é tão simples e cômodo que nem se vê
mais motivos para pensar se certas atitudes são ou não coerentes
com nossos valores em relação ao outro.
Mas como diz o velho bordão: "desligue a TV e vá ler um livro",
mesmo que seja a revista de programações da TV a cabo.
(19/09/05)