A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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HUMANISMO DESUMANO

(Géber Romano Accioly)

Em virtude da crescente onda de violência gerada por estes seres criados "a nossa imagem conforme a nossa semelhança", está ficando cada vez mais difícil sustentar a teoria que o homem foi criado por um ser supremo onipresente, onipotente e onisciente. Onipotente e onipresente até que dá para engolir, mas onisciente, sei não! A não ser que seja uma onisciência incompleta do passado e do presente sem se projetar para o futuro, e, acho eu, seria uma saída mais honrosa. Além do mais há indícios dessa possibilidade quando da desobediência, (o caso do fruto proibido) da tentativa de destruição (o caso do dilúvio) e também da inveja (o caso de Lúcifer).

Em um dado momento (infeliz momento) a nossa espécie se arvorou de superior e resolveu adaptar o planeta para suas conveniências de evoluída, civilizada e racional. Ela tem se mostrado predadora quando procura humanizar as demais espécies e para isso não se preocupando se a outra espécie vai se adaptar ou não. Animais de estimação é um exemplo que me ocorreu, mas há outros mais bizarros.

Sabemos que os vegetais produzem o nosso precioso oxigênio e nos livra do perigoso gás carbônico, mas ao invés de conservarmos os vegetais nós os estamos destruindo com velocidade supersônica. Sabemos que o mar é uma fonte de vida e alimento, entretanto nós o poluímos com nossos dejetos. Sabemos que a atmosfera nos protege dos raios solares danosos e nos fornece oxigênio, chuvas, etc., etc., entretanto nós a poluímos com nossos gases produzidos pela queima de combustíveis fósseis. Sabemos, sabemos, sabemos, mas continuamos destruir, destruir, destruir. (Será que somos uma espécie SUICIDA e não sabemos, ou essa é outra forma de destruição que o nosso criador onisciente incompleto está usando para reparar o erro do Éden?!)

Pessoalmente, e prego isso desde tempos imemoriais, acho que, por sermos a espécie mais nova, evoluiremos a ponto de não mais querermos humanizar outras espécies e sim animalizar a nossa, para podermos sobreviver como espécie coexistindo com as outras mais evoluídas.

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