Em virtude da crescente onda de violência gerada por estes seres criados "a
nossa imagem conforme a nossa semelhança", está ficando cada vez mais difícil
sustentar a teoria que o homem foi criado por um ser supremo onipresente, onipotente
e onisciente. Onipotente e onipresente até que dá para engolir, mas onisciente,
sei não! A não ser que seja uma onisciência incompleta do passado e do presente
sem se projetar para o futuro, e, acho eu, seria uma saída mais honrosa. Além
do mais há indícios dessa possibilidade quando da desobediência, (o caso do
fruto proibido) da tentativa de destruição (o caso do dilúvio) e também da inveja
(o caso de Lúcifer).
Em um dado momento (infeliz momento) a nossa espécie se arvorou de superior
e resolveu adaptar o planeta para suas conveniências de evoluída, civilizada
e racional. Ela tem se mostrado predadora quando procura humanizar as demais
espécies e para isso não se preocupando se a outra espécie vai se adaptar ou
não. Animais de estimação é um exemplo que me ocorreu, mas há outros mais bizarros.
Sabemos que os vegetais produzem o nosso precioso oxigênio e nos livra do perigoso
gás carbônico, mas ao invés de conservarmos os vegetais nós os estamos destruindo
com velocidade supersônica. Sabemos que o mar é uma fonte de vida e alimento,
entretanto nós o poluímos com nossos dejetos. Sabemos que a atmosfera nos protege
dos raios solares danosos e nos fornece oxigênio, chuvas, etc., etc., entretanto
nós a poluímos com nossos gases produzidos pela queima de combustíveis fósseis.
Sabemos, sabemos, sabemos, mas continuamos destruir, destruir, destruir. (Será
que somos uma espécie SUICIDA e não sabemos, ou essa é outra forma de destruição
que o nosso criador onisciente incompleto está usando para reparar o erro do
Éden?!)
Pessoalmente, e prego isso desde tempos imemoriais, acho que, por sermos a espécie
mais nova, evoluiremos a ponto de não mais querermos humanizar outras
espécies e sim animalizar a nossa, para podermos sobreviver como espécie
coexistindo com as outras mais evoluídas.