Os seres que compõem a biosfera procuram-se para, primordialmente,
perpetuar suas espécies. A estes encontros, nós, os seres ditos
superiores e filhos dos vários deuses, denominamos: Relacionamento. Há
outras formas de relacionamentos as quais não abordaremos neste texto.
Se for possível antes de estabelecermos relacionamento com a nossa outra
metade para o "até que a morte os separe" devemos prestar a
atenção ao físico de seus genitores, pois fatalmente ela
irá copiá-los depois dos quarenta.
Inicialmente ao "bater-se o olho" na nossa "outra banda da fruta"
há fisicamente sinais que podem ir de simples arrepios até "badaladas"
ou "aguaceiros" dependendo do shesho, craro! (trataremos especificamente
daquela "outro taco" com sexo físico e mental oposto ao nosso)
Vamos à caça...
Piscares de olhos, movimentos sincronizados, abordagem, toques discretos, encontros
de mãos: Namorico. (trata-se do namorico ancestral e não do hodierno:
- Foi bom meu bem? Como é seu nome?).
Papos intermináveis, beijinhos, apertos de mãos, sondagens financeiras
(por parte do shesho frágil, craro!), - Só vou se você for!
- Cê que sabe! - Papai quer te conhecer...: Namoro. (modernamente o último
item é impossível em virtude da "produção independente"
por parte do shesho já não tão frágil).
Conhecimentos familiares, presentes, sonhos, planos para futuro, - Fica mais,
é cedo!, ciumeirinhas, beijos, "amassos" a toda hora e em todos
os escurinhos, promessas, juras, -Não, aí não, é
perigoso, só depois de casar, ora!, - Aí pode! Estamos ansiosos
e esperançosos: Noivado.
"... Até que a morte os separe.": Finalmente felizes: Casados.
Sexo adoidado a toda hora, mil posições, prazeres inimagináveis,
raras visitas familiares, luta diária, planejamento familiar, controle
de despesas, rusguinhas, ciuminhos, enjôos e desejos, primeiro rebento:
Até o segundo ano.
Cuidados com o rebento, alegrias paradisíacas, visitas familiares, vigílias
intermináveis, corres-corres, emergências médicas, gastos
extras, ciúmes, dores de cabeça, sono eterno, dores na coluna,
sexo rarefeito e de qualidade razoável, outro rebento... : Até
o quinto ano.
Brigas, ciúmes exagerado, desconfianças, sexo obrigatório
e de má qualidade, visitas constantes dos familiares, ameaças
de separação, desrespeitos: Até o décimo ano.
Depois do décimo ano tudo é lucro: Separações e
reconciliações, promessas de nova felicidade, tédio, rotineiramente
sexo esporádico de péssima qualidade nos intervalos das novelas
(na base do "vai me usar" hoje?) ou sexo adoidado a toda hora (curtíssimos
períodos depois de presentes valiosos), descaso, traições
conjugais, passeios para levar os filhos para passear, (Sozinhos? Deixar as
crianças? Tás doido?), períodos de paraísos celestiais
e períodos de inferno dantesco, estabilidade financeira, (não
havendo este item o casório vai pro brejo e se atola e morre), rotina
habitual, automática e profundamente entediante, ** "todo dia ela
faz tudo sempre igual" **, marasmo, "se arrependimento matasse"
(esta frase é crudelíssima), períodos de silêncio,
indiferença na base do "pra mim tanto faz como tanto fez!"...
Casamento estável. (Muito importante nesta fase é que ambos tenham
o mesmo padrão cultural e o mesmo nível de escolaridade [neste
último item o "sexo forte" pode ser um pouco superior, mas
nunca o contrário senão o "sexo frágil" se manda
por superação])
Quando este "casamento estável" se prolonga por décadas:
Estamos em união perfeita.
Perfeita! Perfeita? Perfeita?!