Nunca pensamos que a história se repete, às vezes tim-tim por
tim-tim, às vezes com uma pesada maquiagem, mas uma coisa é certo:
"Nada há de novo debaixo do Sol".
Em 14 de julho de 1789, a Bastilha foi atacada pela multidão e a Revolução
Francesa marcaria a ascensão dos excluídos dos burgos aos salões
nobres e como seqüela o mau gosto cultural dos burgueses predominou e se
espalha como um câncer por toda a França e posteriormente pela
Europa.
No nosso Brasil varonil a Bastilha foi o Cruzeiro e com sua queda e ascensão
do Real novamente o excluído, agora das favelas, por melhorarem seu poder
aquisitivo, em virtude da estabilidade financeira, têm acesso ao aparelho
de televisão e com ele exige que o seu mau gosto cultural seja exibido
na telinha.
Temos em 1 de janeiro de 1994 o marco definitivo da nossa decadência
cultural que já vinha se mostrando promissora com
o SS e o seu SBT. A partir desse momento uma verdadeira epidemia de porgramas
de oditoro assola o país tendo como veículo transmissor
a TV.
O povão, sabidamente ignaro e de um mau gosto incomensurável
através de índices de audiências, exige que o nível
cultural desça até ele e o que vimos foi as Hebes, as Márcias,
os Gugus, As Anas, as Xuxas proliferarem até que atingimos o ápice
da coisa ruim: Ratinho.
A nossa música que também já vinha fraquinha, contraiu
o vírus da maugostite baiana e suas dancinhas do bumbum
versus garrafa, arruidando-se com timbaladas trovejantes
e bandas que apenas tentavam fazer voar as bandas das bundas de seus bumbunzeiros
e bunbuzeiras. Surgem então o "must" da musicalidade: Drupa
sertaneuja Temos de reconhecer que o mérito pela proliferação
desse tipo de dueto cabe aos insuperáveis inhambus.
O Real propiciou ao excluído o acesso a mau cultura que vivia presa
nos fundos-de-quintais das favelas em proporções catastróficas,
e para desespero dos Educadores relegou a Educação de Boa Qualidade
quantificando-a ao invés de qualificá-la por seus salários
aviltantes.
Incentivo ao aprimorar-se nos estudos, pra quê?!
Melhoria do nível cultural, pra quê?!
O que temos de concreto é: O prissfmero prissfisdente qui num é
dotô.
E fazendo minhas as palavras impressas no Real: Deus seja louvado!!!