A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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CRIME ORGANIZADO

(Géber Romano Accioly)

Nós, os que assistimos em o nosso Brasil varonil, temos por hábito (por sinal péssimo) depreciar o "nacional" e denegrirmos nossa imagem como povo, alegando que em nossa Pátria amada, salve, salve! predomina o caos: Ledo engano. Equívoco de oposição burra. Falta de civismo e patriotismo típico dos zilhares de pátria-amadas que infestam o seio farto e generoso da nossa Pátria-Mãe-Gentil.

Afirmo com todas as forças de meu ser que jamais permitiremos o crime entre nós e muito menos organizado, pois se olharmos atentamente para toda e qualquer atividade desenvolvida em nosso amado pedacinho do céu (por sinal... um baita pedacinho) veremos que sobeja a mais perfeita organização, o mais puro altruísmo e o mais sublime amor ao próximo.

Poderia relacionar milhares de exemplo que comprovam o que acabo de afirmar, entretanto bastam uns poucos.

a) Não há nada mais organizado em nosso Brasil varonil, que as incomensuráveis seitas que proliferam entre nós, pecadores contumazes. Todas com o divino intuito de nos salvar do pecado original (aquele lá do Éden, no qual Adão andou comendo a "maçã" de Eva ou coisa parecida) e nos oferecer a vida eterna em módicas prestações mensais de dez por cento (10%) da nossa renda total;

b) As nossas instituições financeiras procuram da melhor maneira possível (e até às vezes com prejuízos imensos [assim provam os balanços] para seus responsáveis) zelar pelo nosso patrimônio cobrando taxas irrisórias e juros mais irrisórios ainda. (nunca ultrapassam a casa dos dois dígitos, segundo o jargão economês);

c) As nossas autoridades quer civis, militares ou eclesiásticas sempre atentas e perfeitamente em sintonia para receber (relutantes, é claro!) os presentes pecuniários espontâneos (não confundir com a já anteriormente paga propina, pois esta é obrigatória) que lhes ofertamos por terem nos colocado no topo de listas, ou facilitado o ingresso, ou "fechado os olhos", ou... ou... quando delas necessitamos.

A lista de exemplos perder-se-ia de vista se continuássemos com telefonia, comércio, funerárias, shoppings, motéis, restaurantes, entretanto esses três bastam para provas sobejamente que somos ... organizadíssimos.

Finalizo, para não ser prolixo, afirmando que... que... sobre o que mesmo eu comecei a escrever? ... sim crime organizado: Em nosso Brasil varonil não existe, nunca existiu, e nem nunca existirá crime e muito menos organizado, pois "não existe pecado de lado de baixo do Equador", e além do mais somos um povo... um povo... (o que é mesmo que nós somos!?!?)

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