A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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NOVELA, TEATRO DE FANTOCHES

(Géber Romano Accioly)

Sabemos nós, os pobres telespectadores, da importância da mídia televisiva como formadora de opinião, entretanto os que dela se encarregam parece-nos, pouco estão se lixando se os resultados são proveitosos ou não para a sociedade, contanto que os "índices de audiência" sejam estratosféricos.

O chamado "horário nobre" deste famigerado tipo de mídia é inexoravelmente preenchido por uma aviltante e atualíssima forma de deturpação de caráter: A novela televisiva. (Bom que se esclareça da importância de um Dias Gomes, de uma Janete Clair para a novela brasileira, mesmo televisiva, entretanto depois da morte destes e da "assunção" do "papudinho recuperado" a coisa degringolou)

Mesmo sendo a novela atual, esta desgraça que está assolando o nosso Brasil varonil, não podemos esquecer que é uma forma de Teatro e se este imita a vida, a nossa, brasileiros do terceiro milênio, está com um índice cultural mais baixo que caminho de minhoca e um pensar mais sujo que pau de galinheiro. (E por falar em galinheiro os nossos diretores noveleiros de destaque são do gênero galináceo ou cervídeo?).

Norteia a nossa novelística televisiva o "chifre", o "GLS" e a ninfeta ninfomaníaca o que me faz perguntar: Nossa sociedade quer realmente o que as novelas induzem? Será que as nossas pré-adolescentes aspiram a serem ninfetas ninfomaníacas como se apresentam na "Fudelança, digo, "Malhação" da Hora-da-Ave-Maria?

Como digressão, sabemos que as novilhas estão aptas para o sexo ao atingirem mais ou menos dez arroubas e esta "tendência" bovina está sendo transferida para as "vaquinhas novas ninfetas televisivas" ao atingirem duas arroubas, o que faz com que a PEDOFILIA seja divulgada amplamente. Não é de se estranhar que as nossas pré-adolescentes queiram ser "paquititas", "chiquititas" ou qualquer outra denominação que se destaque pelo uso da precoce da "priquitita" e que logo ao atingirem a maioridade mostre o colo uterino (de modo "galistaico") na Play Boy.

Vimos e vemos atores e atrizes que se nos afiguravam como "monstros sagrados", por força desta nova novelística voltada para um gosto popular duvidoso, ditado pelos índices de audiência, desempenharem, por força contratual, papéis de "chefes de vampiros" em desempenhos dignos dos piores canastrões de grupos mambembes de última categoria.
Vejo com vergonha a espera ansiosa de favelados apoucados (e aí incluo as nossas vovós e donas-de-casa-de-prendas-domésticas, se: "elas hoje se beijam ou não, qué qui tu acha, neguinha?!

Não dá mais para suportar nem ouvir a chamada "TV aberta" (aí estou de acordo com os "tropeiros" pentecostais que proíbem que seus "fiéis" a assistam) com uma programação digna de vitupérios e não de aplausos.

"Ratinhos", "Cladilôs" e quejandos proliferam assustadoramente incentivando a rapaziada à violência nas suas mais variadas formas, quando destacam o que de mais vil há no submundo das favelas e lixões.

Onde ou estão as nossas autoridades culturais e os nossos eruditos intelectuais? Será que estão "ligadaços" nas nossas novelas? Será que também se ligam na "Fudelança" , digo, "Malhação"do ângelus? E as nossas matronas-de-prendas-domésticas também estão a esperar o desfecho do beijo "corajoso" das Rorôs e Cássias? Sarava!

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