A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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O ESCREVINHADOR "ESCRITÓLATRA"

(Géber Romano Accioly)

“Nulla dies sine linea” (Plínio)

Pelai, altas madrugas, “fuçadozin” como sou, encontrei esta preciosidade “Só para quem não pode passar sem escrever” publicada no dia 13 p.p., às 18h e 48 min, pelo Raymundo Silveira, destinada a exorcizar o tédio de, nada mais nada menos que, MIM.

Por certo a epigrafe se refere ao pintor Apele, mas também pode ser destinada a “escritólatras” de a minha “qualistria”, e, baseado em ela eu escrevinho mais do que favelado mirim chupa confeito no dia de Santos Cosme e Damião.

Quanto ao “A propósito, quem sabe aí o que diabo é “busílis”?, eu pesquisei e descobrir que não é um busilhão, tampouco não é um neologismo, portanto não necessariamente necessita de estar entre aspas, a não ser para destacar o termo, como tenho certeza, é o caso, pois o escritor a me se afigura com um “pai-d’égua”, e nesse caso vai entre aspas por se tratar de um escritor inteligente, e que pode também não estar entre aspas se na realidade ele for um pai-d’égua, que obrigatoriamente deverá vir ligado por hífen senão vira “pai d’égua” e se trata de um neologismo sem suporte semântico, mas que poderia ser confundido com pai de égua e por certo, mesmo sendo educado, pois é um doutor, ele me mandaria “catar coquinhos” por escrito, mas na realidade seria apenas um eufemismo, pois o que estava implícito é que eu fosse tomar... cuidado com que escrevesse, e que depois de esta prolixidade toda, que faria inveja a Quevedo e Gongora juntos, se vivo fossem, e sim: O xis da questão.

A propósito de questão tanto de pode pronunciar questão (sem trema) como qüestão, (com trema) mesmo sendo pronuncia espúria, entretanto é outra história.

Como escrevinhador “escritólatra” (conheço muitos que este neologismo se enquadraria contanto que a última consoante oclusiva bilabial surda muda-se para sonora, e que se referisse ao som emitido por canídeos) eu recomendo ao Silveira que não se preocupe em usar ou deixar de usar “chavões, ou aforismos, ou máximas, e nem se poupe de escrever sobre qualquer assunto, mesmo que seja o famigerado “auto-ajuda”, pois se lembre que o maior vendedor (beste seller, para emergentes “ianquezados”) de livros da atualidade e por conseqüência lógica, o maior escritor da atualidade (e agora para toda a eternidade, por imortalizado) obteve notabilidade por “auto-ajudas”, o que, na realidade, apenas o auto-ajuda, lá a ele.

Grafei este artigo em homenagem a uma das preciosidades do Silveira, e para mostrar que também se pode parasitar e/ou plagiar a idéia alheia e ainda receber do plagiado, louvores, sem cair no mau gosto dos fecalóides fecalógrafos que pululam Internet afora.

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