"Não pode haver felicidade quando as coisas nas quais acreditamos são diferentes das que fazemos." (Freya Stark)
Teísta eu fosse, teria, no Hinduismo, a mãe de todas as religiões,
não somente, por ter sido a primeira a conter uma doutrina teológica
elaborada e acessível ao povo, pela preocupação com o além,
por alijar temores e superstições sobre a vida presente e a futura,
por ser norteada por uma moral orientada para enfrentar o julgamento que sobreviria
à morte, mas também, por ser a mais antiga forma estruturada de
relacionamento com os seres superiores.
O Paraíso hindu abriga trezentos e trinta milhões de deuses,
os quais são expressões de um único ser superior, que encerra,
em si mesmo, o Universo todo.
O destino do homem, entretanto, não depende de nenhum desses deuses,
mas de seu próprio esforço. O homem pode condenar-se ou salvar-se
dos sofrimentos, causados pela Roda da Vida que gira sem cessar, produzindo
nascimentos e renascimentos sucessivos. A salvação consiste na
liberação desse ciclo e na fusão final com Deus.
Os hindus atribuem caráter religioso a todas as atividades dos seres
animados e inanimados, o que faz do Hinduísmo uma ordem sócio-religiosa
que influi diretamente na vida toda, desde a moral até a economia e a
gramática. De certa maneira, isso supera o pessimismo da desilusão
e confere a cada momento da vida uma dimensão religiosa.
São imperiosas as obrigações impostas pelo sistema de castas.
Atuar de acordo com a casta a que pertence é, para o hindu, conseqüência
da doutrina enraizada na ordem do Universo. A ordem social divide as pessoas
em castas, assim como a vida se manifesta em formas inferiores e superiores.
Os Vedas, conjunto de textos sagrados hindus, foram escritos, em sânscrito,
no segundo milênio antes da era cristã, transmitindo hinos, fórmulas
mágicas, exposições doutrinais, e, quando comparados com
outros textos sagrados posteriores que deram origem aos incontáveis credos
atuais, vê-se claramente que: "Nada há de novo debaixo do
Sol".
Não é possível que dentro de um universo de trezentos e
trinta milhos de deuses não haja deus ou deuses, para cada gosto e para
liderar qualquer das formas de cultos hodiernos.
Podemos, radicalizando, afirmar: Leu os Vedas, leu tudo. TUDO. Até mesmo
Sócrates/Platão.
Podemos sem medo afirmar que as religiões e seitas e cultos e manifestações
sagradas, e normas sociais e usos e costumes e tudo o que estabelece o relacionamento
entre os humanos, por mais moderno que se nos apresente, têm como base
os Vedas.
Gosto de todo o capítulo sete de Mateus e todo o capítulo três
de Eclesiastes por achar que em ambos há alusões a diferenças
e desigualdades.
- Muitcho bem! Very well! E daí? E o tema?! Perguntaria o leitor-
- Seguinte é este: Dado o acima não pode e não deve haver
a tão almejada igualdade mesmo dentre os iguais, pois dentre os iguais
por certo há desigualdades.
Cur?!
Quia "A ordem social divide as pessoas em castas, assim como a vida
se manifesta em formas inferiores e superiores". Duro, inexorável,
mas verdadeiro. (Humanos são humanos, mas diferentes entre si).
A tríade - Igualdade, Liberdade, Fraternidade - que serviu de base aos
movimentos revolucionários do século XVIII e até hoje é
perseguida, é uma, senão piada de mau gosto, bazófia.
FRATERNIDADE até pode haver enquanto os interesses convergirem; LIBERDADE
se parcial até que não entre em choque com a do outro e não
fira direitos; IGUALDADE " só se for na Frância"!
A chamada Civilização Ocidental Moderna há de aprender
que IGUALAR é burrice, pois o certo é CONVIVER COM DESIGUAIS e
tratar DESIGUAIS COM DESIGUALDADE.
Há, nas Leis, penas iguais para crimes iguais, entretanto há AGRAVANTES
e ATENUANTES, para seus autores, logo TRATAMENTOS DIFERENCIADOS.
O crime culposo e o crime doloso, mesmo sendo iguais, por serem crimes, diferem
entre si, quanto ao intento, e devem ser tratados diferentemente.
Há homens bons e há homens maus e por que os tornar IGUAIS perante
a Lei? "Fora-da-lei" não deve ser protegido pelas leis dos
"Dentro-da-lei". Nem o "Olho por olho, dente por dente"
pode ser aplicado, pois seria IGUALAR os réus.
As filosofias e teologias mais evoluídas sempre deixam bem claro que
há diferenças entre os seres e que todos podem e devem conviver
harmonicamente, entretanto somente a "cristã" procura dar uma
igualdade impossível.
Se bem analisarmos o caso do Caim veremos que havia DIFERENçA entre eles
e que o Senhor Yahweh se agradou dos presentes dados por Abel, senão
teria aceito os dois com IGUAL satisfação, logo a diferenciação
ficou evidente.
Quando em nosso Brasil varonil resolveu-se estipular COTAS para as minorias
OFICIALMENTE foram reconhecidas as DIFERENçAS SOCIAIS.
As ações assistencialistas do tipo Fome Zero, Bolsa Escola, etc.
são dirigidas a CARENTES e mais uma vez oficializam-se as DIFERENçAS.
Não reconhecer que os seres são diferentes, entre si, e como tal
devem ser tratados, além de uma tremenda HIPOCRISIA é também
BURRICE.