A humana gente, os sapiens, perambulam "pel'aí" há mais
ou menos quatro milhões de anos se levarmos em conta a LUCY (a das pegadas)
e de lá pra cá temos perguntas que causam polêmicas: Quem
sou, de onde vim, e para onde vou?
Como anoso-estóico-epicureu-satírico respondo: Géber, do
ventre de minha mãe, e... e... aí a animália captura!
A espécie humana é a única a fazer coisas idiotas conscientemente,
e aceitar o inexplicável por meio da fé é a maior canoa
furada em que o sapiens se meteu, e com ela os desmandos e desmantelos de justificativas
injustificáveis e fundamentos infundados, os quais desembocaram fatalmente
na sua total dependência de seres antropomórficos onipotentes,
onipresentes e oniscientes.
Os deuses foram criados pelos homens, ou revelados pelos homens, ou ainda "revelaram-se
aos homens" em épocas imemoriais, entretanto levarei em conta o
primeiro texto "escrito" a Epopéia de Gilgamess, que para uns
é literário e para outros, sagrado.
De lá pra cá proliferaram as divindades e não se trata
de ser anti ou Krsna, ou Iahweh, ou Cristo, ou Alah, ou qualquer outra das inúmeras
únicas e verdadeiras divindades e sim de estar de acordo com a época
que se está vivendo, isto é, o hoje, o agora.
Quando foram escritos, os textos "sagrados", representavam o melhor
do conhecimento da época, entretanto por serem sagrados e portadores
das palavras imutáveis do deus que as inspiraram, permaneceram e permanecem
estacionados, congelados naquele período de tempo. Até aí
tudo bem, mas aceitá-los hic et nunc é pelo menos...tolice. É
ir as últimas conseqüências com a ignorância e não
querer se atualizar.
Aí é que vem a Grande Jogada : Sapiens espertos (líderes)
usaram está ignorância inata e abundante na maioria dos sapiens
e se tornaram mensageiros (administradores sacros) desses deuses e ainda propagandistas
e caixeiros-viajantes.
Respeito qualquer líder religioso (administrador do sagrado) como profissional
de vendas e para tanto devem vender bem seu "produto", que, como outro
qualquer, é também sujeito a Leis de Mercado: oferta e procura.
Havendo pouca miséria, pouca fome, pouca ignorância a procura cai,
mas se o contrário como agora, houver abundancia, a procura aumenta,
pois estamos vivendo um Pós-Modernismo Medieval, com, de uma lado uma
tecnologia avançadíssima para uns poucos, mas para a grande maioria
uma ignorância e carência como nunca se viu.
Somos aproximadamente seis bilhões de predadores, digo, seres humanos
e pelas estatísticas apenas um bilhão têm vida condigna,
sendo que o resto é o insumo para os espertos administradores do sagrado
e seus únicos e verdadeiros deuses.
Respeito e até louvo, o bom profissional "homo sacru espertus"
que retira o seu sustento e os dos seus, da abundante e inesgotável capacidade
de cometer idiotices do "homo fidelus ignarus".
Sem querer ser prolixo digo que a Grande Jogada é vender o sagrado, isto
é, vender as diversas marcas do produto... Deus.