A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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A Grande Jogada

(Géber Romano Accioly)

A humana gente, os sapiens, perambulam "pel'aí" há mais ou menos quatro milhões de anos se levarmos em conta a LUCY (a das pegadas) e de lá pra cá temos perguntas que causam polêmicas: Quem sou, de onde vim, e para onde vou?

Como anoso-estóico-epicureu-satírico respondo: Géber, do ventre de minha mãe, e... e... aí a animália captura!

A espécie humana é a única a fazer coisas idiotas conscientemente, e aceitar o inexplicável por meio da fé é a maior canoa furada em que o sapiens se meteu, e com ela os desmandos e desmantelos de justificativas injustificáveis e fundamentos infundados, os quais desembocaram fatalmente na sua total dependência de seres antropomórficos onipotentes, onipresentes e oniscientes.

Os deuses foram criados pelos homens, ou revelados pelos homens, ou ainda "revelaram-se aos homens" em épocas imemoriais, entretanto levarei em conta o primeiro texto "escrito" a Epopéia de Gilgamess, que para uns é literário e para outros, sagrado.

De lá pra cá proliferaram as divindades e não se trata de ser anti ou Krsna, ou Iahweh, ou Cristo, ou Alah, ou qualquer outra das inúmeras únicas e verdadeiras divindades e sim de estar de acordo com a época que se está vivendo, isto é, o hoje, o agora.

Quando foram escritos, os textos "sagrados", representavam o melhor do conhecimento da época, entretanto por serem sagrados e portadores das palavras imutáveis do deus que as inspiraram, permaneceram e permanecem estacionados, congelados naquele período de tempo. Até aí tudo bem, mas aceitá-los hic et nunc é pelo menos...tolice. É ir as últimas conseqüências com a ignorância e não querer se atualizar.

Aí é que vem a Grande Jogada : Sapiens espertos (líderes) usaram está ignorância inata e abundante na maioria dos sapiens e se tornaram mensageiros (administradores sacros) desses deuses e ainda propagandistas e caixeiros-viajantes.

Respeito qualquer líder religioso (administrador do sagrado) como profissional de vendas e para tanto devem vender bem seu "produto", que, como outro qualquer, é também sujeito a Leis de Mercado: oferta e procura.

Havendo pouca miséria, pouca fome, pouca ignorância a procura cai, mas se o contrário como agora, houver abundancia, a procura aumenta, pois estamos vivendo um Pós-Modernismo Medieval, com, de uma lado uma tecnologia avançadíssima para uns poucos, mas para a grande maioria uma ignorância e carência como nunca se viu.

Somos aproximadamente seis bilhões de predadores, digo, seres humanos e pelas estatísticas apenas um bilhão têm vida condigna, sendo que o resto é o insumo para os espertos administradores do sagrado e seus únicos e verdadeiros deuses.

Respeito e até louvo, o bom profissional "homo sacru espertus" que retira o seu sustento e os dos seus, da abundante e inesgotável capacidade de cometer idiotices do "homo fidelus ignarus".

Sem querer ser prolixo digo que a Grande Jogada é vender o sagrado, isto é, vender as diversas marcas do produto... Deus.

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