"Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom,
senão um só que é Deus. "
(Marcos 10:18, Lucas 18:19)
Há uma tendência atávica, no homem, para o mal, para ser
mau, para a marginalidade e, às vezes, com um empurrãozinho divino,
conforme se pode comprovar em Êxodo 9:12 - "Mas o Senhor Yhaweh endureceu
o coração de Faraó, e este não os ouviu, como o
Senhor Yahweh tinha dito a Moisés"; Juízes 9:23 - "Yahweh
Deus suscitou um espírito mau entre Abimeleque e os cidadãos de
Siquém; e estes procederam aleivosamente para com Abimeleque.";
João 12:39 - "Por isso não podiam crer, porque, como disse
ainda Isaías: 40 Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração,
para que não vejam com os olhos e entendam com o coração,
e se convertam, e eu os cure."
Em Salmo 7: 14 - "Eis que o mau está com dores de perversidade;
concebeu a malvadez, e dará à luz a falsidade.", temos a
"atividade" do mau.
Em Gênesis 8:21 - "O Senhor Yahweh respirou um agradável odor,
e disse em seu coração:" Doravante, não mais amaldiçoarei
a terra por causa do homem porque os pensamentos do seu coração
são maus desde a sua juventude, e não ferirei mais todos os seres
vivos, como o fiz.". (21 - "Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse
em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a
terra por causa do homem; porque a imaginação do coração
do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir
todo vivente, como acabo de fazer.").
((Há mais exemplos na Bíblia, que em O Corão, ou em Os
Upanishads, sobre o ser mau, pelo simples fato de ela se preocupar principalmente,
em não fazer o mal dando pouca ênfase ao bem, e os demais, em fazer
o bem não enfatizando o mal. Para que houvesse o "fusionismo"
entre a "Lei" de Yahweh e a "graça" de Jesus foram
necessárias "adaptações" nos textos do Velho
Testamento [=história do povo hebreu] e do Novo Testamento [=revelação
do novo reino] e estas "adaptações" criaram paradoxos
favoráveis ao ser mau até o último instante, e receber
o céu pelo aceitar e crer.)).
Gosto do que nos informa os Pais-dos-Burros sobre o Marginal: - "Indivíduo
mais ou menos delinqüente ou anormal, que vive à margem das normas
morais e éticas, em um certo período e em um determinado espaço".
Importa sabermos quais as normas morais e éticas, o período e
o espaço, pois estamos no Brasil varonil, no verão de dois mil
e três e sob a égide da corrupção legal e ilegal.
(Ilegal é a praticada pelos chefões do crime organizado é
a legal é a praticada pelas autoridades constituídas quer civis,
militares ou eclesiásticas.)
Ser mau (bad boy, animal, matador), viver para a prática da corrupção
ativa e passiva, se preparar para exercitar-se na pratica do mal são
"gestos naturais" como diz o Caetano em seu "Podres Poderes".
A Lei Gerson nos ensina a: "Levar vantagem em tudo", mesmo em detrimento
de alguém que, fatalmente, levará desvantagem em tudo.
Agir como as autoridades civis, militares e eclesiásticas corruptas que
prometem o que não podem cumprir, enganam, mentem, espoliam, se locupletam,
cai bem em uma sociedade desajustada onde o "vício" é
organizado e a "virtude" é desorganizada.
Necessário se faz vencer e ter sucesso nem que seja como diz o popularíssimo
- "Subir na vida nem que seja honestamente".
O nosso Ministro da Justiça, com muito orgulho, anuncia a liberação
de a "bagatela" de cem milhões de reais (R$ 100.000.000,00)
para combater a marginalidade e o nosso Ministro da Educação lamenta
o decréscimo nas verbas para a melhoria do ensino. "Que país
é este", Cazuza? "Pode ser o país do futebol, mas por
certo não é o meu país", não é Zé
Ramalho?