A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Noves fora Éden...

(Géber Romano Accioly)

Pra início de conversa há os que conduzem e há os que se deixam conduzir.

Muito pouco, pouco mesmo, tem adiantado os seis ou sete milhões de anos que nos separam de Horrorin togoensis, o antropóide, pois ainda muitos caem no conto do éden.

Esse divisor de águas entre os que conduzem, (os inventores do Éden); e os que se deixam conduzir, (os que acreditam na serpente do Adão, i.e., na Serpente e no Adão e na maçã de Eva, i.e., na Maçã e na Eva), deve primeiro ser superardo para poderemos começar a nosso papo.

O que existe de verdade é que, entre todos os mamíferos, os primatas distinguem-se como os animais que obtiveram maior êxito evolutivo.

Primatas são os animais que constituem a ordem de mamíferos a que pertencem as subordens dos prossímios, a mais primitiva, e que conserva em sua constituição e traços anatômicos grande parte das características de seus antepassados, na qual se incluem os tarsos e lêmures; e a dos antropoídeos, a mais evoluída, na qual se incluem, macacos, os símios e o homem, de estreitas afinidades estruturais e bioquímicas com os demais, embora destes se separe pelo abismo intransponível das diferenças psíquicas e do desenvolvimento cultural.

Os primatas compreendem, portanto, os produtos mais acabados da evolução dos seres vivos.

Australopiteco, habilis, erectus, sapiens neandertal e cro-magnon são apenas estádios evolutivos e nada mais. Perdurar persistindo no conto do éden, melhor é encontrar coisa melhor pra fazer e "detonar" este texto.

Diferimos do nosso ancestral mais próximo, o Chimpanzé, em mais ou menos dois por cento (2%). Pessoalmente acho que zero vírgula um por cento (0,1%), se refere ao mental e o resto, ao físico. Estudo recente sobre o comportamento social dos chimpanzés mostraram que somos quase idênticos quando escolhemos nossos líderes. O "quase" fica por conta de não mais obedecermos sempre ao mais forte fisicamente, apenas isso.

Há uma série de comportamentos que são idênticos entre nós e os chimpanzés. Como exemplo cito os da infância e da adolescência.

No comportamento adulto, o líder chimpanzé, o mais forte fisicamente dentre os machos, e ao mesmo tempo o mais "agradável" às fêmeas, tem, como os humanos, de estar sempre lutando pela sua liderança, pois é constantemente testado pelo futuro líder.

Um bom líder chimpanzé tem de ter "jogo de cintura" para manter uma coalizão que lhe garanta a maioria entre os elementos do grupo, e para isso ele deve saber dosar a intensidade de suas ações, avançando e recuando no momento exato.

Há na socialização dos chimpanzés todos os usos e costumes humanos: Carinhos, delicadezas, agressões, "adultério" conluios, luta por territórios, alegrias, tristezas, raivas, ternuras, banimentos, adoção (tanto de menores como de adultos), "crimes", infanticídios, estupros, subornos, transmissão de conhecimentos, "respeito e cuidados" para com os mais velhos, etc., etc., etc.. Somente não desenvolveram o comportamento homossexual e a abstração religiosa, que acho eu, compõem o zero virgula um por cento (0,1%).

A chamada espécie humana tende a desumanizar a outra espécie que ela quer destruir, e noves fora Éden, pertencemos (os que não caímos no conto) a grande família dos hominídeos que inclui o gibão, o orangotango, o gorila, o chimpanzé; e, somos apenas, outra variedade de chimpanzé: A do chimpanzé sapiens, nada mais!

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