Se há um impasse que a sociedade contemporânea tem de resolver
é a possibilidade de dar a mulher o livre arbítrio para interromper
ou não a gestação de um feto indesejado. Sei que muita
água ainda vai rolar por baixo da ponte pela qual atravessam líderes
religiosos e cientistas, até que haja um consenso pró ou antiaborto.
Se a vida não pertence ao ser criado e sim ao seu Criador não
deve ser interrompida por aquele, em qualquer de suas fazes, sem que Este consinta
através de seus intermediários: Líderes religiosos. Interromper
uma vida dentro de um útero, é um pecado mortal e é um
crime mesmo que esta vida seja indesejada.
Mesmo sabendo que as crianças nascidas, sem terem sido desejadas, se
transformam, via de regra, em um problema social, a gestação jamais
deverá ser interrompida.
Mesmo sabendo que este problema social sempre existirá, deve-se levar
em conta o "custo/benefício", pois são estas crianças
que "alimentam" as sociedades filantrópicas e as religiões,
logicamente são importantíssimas para uma grande fatia da sociedade.
Não se pode entender uma sociedade religiosa sem pobreza, miséria
e ignorância, e, sem dar o livre arbítrio para a gestante interromper
ou não sua gravidez, por certo se está garantindo a manutenção
do problema social e a sua conseqüente solução: Religião.
Interromper uma gestação indesejada para evitar a possibilidade
futura de exercemos nossa piedosa caridade ao fazermos com que os delinqüentes
infantis e juvenis, produtos destes nascimentos, reconheçam seus erros
e pecados e retornem ao bom caminho do nosso Deus verdadeiro e único;
ou de podermos criar "pastorais" para dar assistências à
sempre crescente população carcerária é inconcebível
em uma sociedade religiosa.
Finalizando, dado o acima, afirmo que o aborto, além de um crime, é
um tremendo obstáculo a um fato social que está tomando proporções
espetaculares: Desemprego.