A religiosidade do homem está diretamente ligada à sua impotência
perante as forças da natureza, seja ela exterior ou interior.
Não chego ao ponto de dizer que o homem criou um deus, é claro.
Mas sim, ele criou "métodos" de "re-ligare", ou seja,
criou as diversas religiões, cada uma de acordo com suas idiossincrasias.
Nenhuma religião, seja ela qual for, muda a situação de
separação do homem com as forças e poderes superiores,
simplesmente porque a única coisa que mudaria isto seria que O HOMEM
MUDASSE.
Outra vez temos a simbologia da Torre de Babel - o homem tentando alcançar
os céus através de sua tecnologia, sua ciência e seu poder.
Ou a simbologia do Arcanjo com uma espada de fogo, guardando o Jardim do Éden,
para que o homem não comesse do fruto da Árvore da Vida, e fosse
eterno em sua miséria.
O que tudo isto tipifica é que as forças que levariam o homem
a se re-ligar estão dentro dele mesmo. As mesmas forças criadoras
do universo estão dentro dele. Mas elas não podem ser acessadas
enquanto o homem se encontra neste seu precário estado de evolução.
As religiões orientais, e as práticas milenares da Yoga e da Meditação
(e incluo aqui as meditações da Kabbalah), são um método
muito eficiente, porque elas contribuem para que o homem controle suas forças
interiores e seu próprio corpo, permitindo assim a paz e calmaria que
lhe levariam a perceber o que é necessário para que este almejado
"re-ligare" aconteça.
Mas, se eu disser que essa força, que criou o universo e que está,
latente, dentro de cada ser, e é atingida apenas em um estado de paz
e calmaria, é real e FUNCIONA, vocês me chamariam de doida.
Contudo, ela exige do homem algo que ele esqueceu: INOCÊNCIA. Não
a inocência do não-conhecimento, mas a inocência de não
ser culpado.
Porque essa força se chama AMOR - a própria essência do
Eterno, e o único caminho dado ao homem para que atinja a transcendência
Simples assim.