Recentemente, as Runas começaram a ficar mais conhecidas devido a fimes
como Harry Potter e O Senhor dos Anéis. Muitas pessoas me perguntam o
que são elas, e para que servem. Foi devido a isto que me propus a publicar
aqui um texto que escrevi há muitos anos atrás:
As Runas, ou Futhark (nome das primeiras runas) é, na verdade, um alfabeto
mágico, utilizado pela Religião Nórdica em seus sagrados
assuntos e nomes. Elas não foram criadas como oráculos, ou seja,
para prever o futuro. Segundo a cultura nórdica, o destino de uma pessoa
é delineado pelo Wyrd, a corrente natural do passado-presente-futuro,
e o Orlog, as conseqüências dos atos passados e presentes da pessoa.
Assim, a leitura das Runas seria feita para determinar estes dois fatores, de
forma a proporcionar ao consulente a visão dos deuses a respeito das
escolhas feitas pela própria pessoa.
A consulta às Runas, ou Rumenál, tem como intenção,
portanto, ser um guia de vida, e não um oráculo da sorte. Por
sinal, esta é a visão que tenho também do Tarot.
Entretanto, assim como a Goetia, a Magia Rúnica pode, mais do que qualquer
outro processo Mágico, ser utilizadas para a destruição.
Não vou entrar em discussões maniqueístas sobre bem e mal,
já que algo que aparentemente possa nos parecer mau pode, na verdade,
ser algo necessário. Devido a isto, o conceito de bem e mal é
algo totalmente inexistente na Religião Nórdica. Um grande religioso
e estudioso desta Religião, já falecido, deu-me o seguinte exemplo:
"Vamos supor que você volte no tempo e encontre o avô de Hitler
mordido por uma cobra, e você tem na mão o soro que pode salvá-lo.
Ele ainda não teve filhos, e você sabe a destruição
que acarretará a prole dele... Curá-lo é colaborar com
a destruição subseqüente na cadeia de eventos. Como você
seria, nesta hipótese, uma viajante do tempo, ao administrar o soro você
estaria fazendo isto conscientemente, ou seja, estaria permitindo um genocídio!"
O que gostaria de ressaltar aqui, portanto, não é a qualidade
intrínseca de algo, mas ressaltar que há duas forças espirituais
dentro do homem: a de criação e a de destruição.
Contudo, muitas vezes, para haver criação é preciso que
haja primeiro uma destruição.
Assim, o impulso criador leva o homem a ser deus. O impulso destrutivo o prende
à sua natureza irracional de fera selvagem. Não importa as conseqüências.
As Runas, com o passar do tempo e a deturpação causada pela influência
de outras religiões e costumes, passaram a estar estreitamente ligadas
ao jogo de azar, que vem a ser, afinal, a paixão por detrás do
espírito exuberantemente belicoso do povo germânico. Isto é
uma característica que, bem canalizada, pode ser uma qualidade honrosa
e bela. Quando manipulada por homens inescrupulosos, que conhecem os métodos
de dirigir tais características para seus próprios fins, porém,
ela se torna uma arma de genocídio.
Cito como exemplo o fato dos soldados alemães, na II Guerra Mundial,
entrarem na guerra com o todo o poder da fé, atiçados e cegos
pelos seus líderes-magistas, na certeza inabalável de que estavam
seguindo um deus, em direção a um destino grandioso, e que morrer
pela raça lhes daria glória eterna nos Jardins de Walhalla ( conceito
espertamente confundido com o Paraíso cristão) - para o qual seguiam
os guerreiros mortos em batalha.
Note-se que Hitler foi, na verdade, apenas um marionete nas mãos da
infame Ordem de Thule. Seus membros foram os verdadeiros perpetradores das atrocidades
nazistas, encabeçados por Himmler. Eles se utilizaram dos milenares símbolos
sagrados das antigas religiões nórdicas (inclusive, e principalmente,
a suástica) e lhes atribuíram poderes externos às religiões
nórdicas - alguns dos quais você, leitor, pode estudar no artigo
a respeito da FOGC (favor buscar no Google) e outros, mantidos pela Igreja Católica
Romana e utilizados pelos antigos Templários.
Esta é a coragem louca do fanatismo, também presente nos grupos
extremistas que envergonham a beleza e espiritualidade da religião Muçulmana.
No caso destes últimos, o fanatismo é acendido através
dos processos da Magia Sufi, altamente disseminada hoje em dia pelo mundo afora.
Não nos cabe aqui analizar a Magia Sufi, que deixaremos para outra hora.
Voltemos à Magia Nórdica.
O mundo atual, que vê a realidade apenas com os olhos físicos,
não consegue explicar os horrores perpetrados por um povo tão
maravilhosamente espiritual, honrado e íntegro como o germânico.
Seria preciso que a humanidade começasse a aceitar o poder enorme da
Magia e sua linguagem oculta, para entender e assim defender-se contra a lavagem
cerebral do fanatismo assassino e suicida que está, mesmo agora enquanto
escrevo, horrorizando o mundo em sua versão sufi (ou muçulmana,
como já foi dito).
Nesta poderosa Magia, a linguagem Mágica é justamente as Runas
- mas, como já ressaltamos, uma linguagem totalmente deturpada pela SS
da Ordem de Thule. O Futhark nazista inclusive inventou letras diferentes do
assim chamado Elder Futhark, e foi o novo Futhark deturpado que foi passado
aos novos grupos e Ordens desta Nova Era.
Na Magia Nórdica há um processo pelo qual certos combatentes
são atiçados até atingirem um estado de força e
resistência supra-humanas, a ponto de marcharem à batalha completamente
imunes à dor e à razão, atacando até mesmo os seus
próprios aliados. Na antiguidade, esses guerreiros foram chamados de
BERSEKERS. Os segredos do BERSEKERGANG utilizados pelos Vikings, entretanto,
está desaparecido. Os nazistas tentaram reavivar o segredo, mas falharam
miseravelmente, ainda que tenham se utilizado de outros meios para obter um
resultado aparentemente semelhante: soldados enlouquecidos, atiçados
pela fé, que matavam cegamente tudo o que se lhes parecia opor.
Dentre os grupos neo-nazis que agora se utilizam de modernos meios de difusão
e manipulação das massas, estão diversas Ordens Mágicas,
das quais ressalto a Ordem de Thule e todas as Ordens Saturnianas originárias
da FOGC (Ordem Franco-Maçônica da Centúria Dourada). Estas
Ordens possuem ramificações pelo mundo inteiro, escondidas sob
outros nomes, e sua maior concentração está na Europa Oriental
e - pasmem - no Sul do Brasil. O estranho é que, durante a Guerra, a
SS praticamente exterminou a FOGC, por ela não se submeter à Ordem
de Thule. Ou seja, mesmo rivais, ambas tinham os mesmos intentos - e continuam
assim até hoje. Comendo-se mutuamente, por clamarem, cada uma, ser a
que deve governar o Planeta.
Os grupos de Magia germânica, que erroneamente se proclamam como Nórdicos,
proliferam em nosso país, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, muitos
abertamente neo-nazi, outros aparentemente inofensivos centros de estudos da
cultura e da mitologia nórdico-germânica. Nesses grupos, jovens
desavisados estão sendo cuidadosamente indoutrinados, alguns conscientemente,
outros - a grande maioria - não.
Enquanto isto, os verdadeiros centros de Cultura e Religião Nórdicas
permanecem extremamente anti-nazismo, anti-sexismo, anti-racialismo e anti-racismo.
Podemos citar aqui a Forn Sed, ou Forn Sidhr, que possui um ramo aqui no Brasil.
Diz Edred Thorson, em seu livro "Na Fonte de Wyrd":
"Este é o princípio rúnico por detrás do processo
personificado pelas três Nornes - Urdhr, Verdhandi e Skuld - o qual resulta
em Orlög, a batalha da humanidade."
Nota: Wyrds, ou Nornes, representam a corrente do Destino: Presente, Passado e Futuro, ou nascimento, crescimento e morte.